Carbonatos aptianos do Campo de Carmópolis, Bacia de Sergipe-Alagoas: estratigrafia e modelo deposicional
Palavras-chave:
Carbonato Microbial, Campo de Carmópolis, Alto de Aracaju, Andar Alagoas, EvaporitoResumo
Existem ocorrências de carbonatos microbiais na porção basal do Membro Ibura, Fm. Muribeca, Aptia-no superior da Sub-bacia de Sergipe. Estes carbonatos foram formados sobre um alto do embasamento, denominado Alto de Aracaju, e foram descritos como espacialmente restritos à área denominada como “Enseada do Rosário”. O objetivo deste trabalho é apresentar o modelo deposicional para os carbonatos do Membro Ibura, os quais foram testemunhados. O intervalo com testemunhos corresponde ao Neoaptiano (biozona P-270) e é composto por fácies de origem carbonática, siliciclástica, evaporítica e híbrida. Tam-bém foram descritas lâminas delgadas de rocha, nas quais, além da descrição de fácies, foram observadas feições eodiagenéticas características de ambiente evaporítico e litorâneo. Com base nas descrições dos testemunhos (fácies e associação de fácies) e das lâminas de amostras de calha, foi realizada a análise de eletrofácies e a elaboração de perfis compostos em outros poços da área. Estratigraficamente, o intervalo com carbonatos microbiais é correlacionável em toda a extensão do Alto de Aracaju, onde se mostra tendência de espessamento nas porções mais baixas e adelgaçamento para as porções mais altas.As rochas da Formação Muribeca, especificamente dos membros Ibura e Oiteirinhos, foram interpretadas como depositadas em ambiente transicional, com evidências de ambiente marinho para o topo da formação. A seção basal do testemunho, correspondente ao Membro Ibura, foi interpretada como resultante de sedimentos em um sistema deposicional lacustre-lagunar evaporítico restrito devido à: (a) escassa presença de fósseis, os quais são limitados a alguns espécimes de ostracodes; (b) presença de carbonatos microbiais na forma de tapetes ou esteiras; (c) ausência de estruturas de correntes e de marés; (d) alta salinidade e evaporação intensa evidenciada pela presença de anidrita diagenética (nodular) e brechas de colapso; (e) presença de anidrita estratiforme, no-dular e mudstone carbonoso, intercalados entre si, como evidência de lâmina d’água rasa; (f) presença de feições de exposição como tepees e gretas de ressecamento; (g) dominância de tipos litológicos de ambiente de baixa energia. Deste modo, propõe-se o o termo Complexo Lacustre-Lagunar do Rosário para o conjunto dessas associações de fácies encontradas no Alto de Aracaju e adjacências.
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