Conceitos, feições diagnósticas e exemplos sísmicos de dobras associadas a falhas distensionais na seção rifte das bacias de Campos e Santos
Palavras-chave:
dobras distensionais, dobras por flexão de falha, dobras por propagação de falha, expressão sísmicaResumo
O cenário atual das descobertas controladas por estruturas do rifte torna crítica a necessidade de quantificações e predições para melhores estimativas do risco exploratório. O reconhecimento de dobras associadas a falhas distensionais é crucial, pois evita interpretações incoerentes e permite o melhor entendimento dos padrões de dispersão e espessura de sedimentos, distribuição de zonas intensamente fraturadas e das prováveis rotas de migração e trapeamento de petróleo. Nas bacias da margem continental brasileira, dobras não são feições comumente associadas a falhas distensionais, com exceção dos rollovers relacionados à halocinese. Nos intervalos pré, sin e pós-rifte das bacias de Campos e Santos, feixes N-S de dobras são estruturas comuns nos blocos baixos ou imediatamente acima das terminações em profundidade das falhas do embasamento. Compressão regional, compactação diferencial e compressões locais em sítios transpressivos são as causas mais prováveis de geração dessas dobras, que podem se formar como resultado da combinação entre cinemática, quantidade de deslizamento e geometria das falhas. São dois os principais tipos de dobras associadas a falhas distensionais: dobras por flexão de falha, formadas pela ativação de bandas de cisalhamento, em resposta a mudanças de mergulho do plano de falha e dobras por propagação de falha, que se formam quando rochas sedimentares estratificadas repousam acima de falhas do embasamento soterradas. A movimentação de blocos do embasamento ao longo do plano da falha cega dobra as camadas sobrejacentes, sem que, necessariamente, elas se rompam, gerando monoclinais com vergência para o bloco abatido. Nesse caso, deslizamentos interestratais subsidiários podem transferir lateralmente a deformação, permitindo a nucleação de feixes de dobras paralelas ao traço da falha subjacente. As relações entre a geometria das dobras e a das falhas tornam a interpretação dessas estruturas muito mais preditivas, permitindo estimativas de timing da deformação, quantificação do estiramento, qualidade de reservatório e atributos de fraturas. Nas bacias de Campos e Santos, dobras por flexão de falhas regionais podem controlar a distribuição de altos e baixos do embasamento, a localização de depocentros e de zonas fraturadas. Feixes de dobras acima das terminações em profundidade de falhas normais, comumente encontradas nas sequências acamadadas do rifte da Bacia de Santos, podem ser a expressão de dobras por propagação de falhas. Neste trabalho, exemplos sísmicos das bacias de Campos e Santos são usados para ilustrar o significado das dobras distensionais e sua aplicação na exploração.
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