Evidências de terras altas no Campaniano da Bacia do Espírito Santo
Palavras-chave:
Palinologia, Callialasporites, Campaniano, terras altas, traços de fissão em apatitaResumo
A análise palinológica realizada em quatro poços da Bacia do Espírito Santo revelou uma abundância expressiva de grãos de pólen pertencentes à espécie denominada Callialasporites sp. cf. Perotrilites sp. sensu Herngreen (1975), na seção sedimentar entre o Campaniano e o Maastrichtiano, em especial, no Campaniano médio. Esta grande quantidade de grãos de pólen foi interpretada como uma resposta adaptativa da paleoflora às condições paleoecológicas favoráveis. O gênero Callialasporites está relacionado à família das podocarpáceas (gimnosperma), cujos representantes atuais se desenvolvem, preferencialmente, em regiões montanhosas. Dessa forma, foi possível associar a abundância destes grãos de pólen à instalação de uma paleoflora de podocarpáceas que se desenvolveu em regiões de terras altas durante o Mesocampaniano. Os dados obtidos pela análise de traços de fissão em apatita utilizados neste trabalho foram desenvolvidos no projeto “Evolução Tectônica e História Térmica da Margem SE do Brasil e W da África” (UFRGS/UNICAMP/Petrobras). De acordo com essa análise, um importante evento tectônico, responsável pelo processo de soerguimento e posterior denudação daquela área, foi caracterizado na região costeira do estado do Espírito Santo durante o Campaniano (80 Ma), corroborando a interpretação proposta pela palinologia para explicar a abundância de Callialasporites sp. cf. Perotrilites sp. sensu Herngreen (1975). Este evento seria o responsável pela geração de um relevo expressivo, que favoreceu a instalação de uma paleoflora de podocarpáceas adaptada a condições paleoecológicas montanhosas.
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