Tectônica e relações estratigráficas na Sub-bacia de Pernambuco, NE do Brasil: contribuição ao conhecimento do Rifte Sul-Atlântico

Autores

  • Camilla Bezerra de Almeida Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Palavras-chave:

Bacia Pernambuco-Paraíba, Sub-bacia de Pernambuco, estratigrafia, estruturas sin-rifte, Magmatismo Ipojuca, rifte

Resumo

A Bacia Pernambuco-Paraíba foi implantada ao final do processo de ruptura entre a América do Sul e a África, no Eocretáceo. O segmento sul desta bacia (Sub-bacia de Pernambuco, SBPE) estende-se do Lineamento Pernambuco até o Alto de Maragogi, limite com a Bacia Sergipe-Alagoas. A estratigrafia da SBPE é composta, na base, por uma seqüência rifte vulcanossedimentar (siliciclásticos da Formação Cabo intercalados ou intrudidos por corpos da Suíte Magmática Ipojuca), de idade mesoaptiana-mesoalbiana, que repousa em contato por falha ou não-conformidade sobre o embasamento pré-cambriano. Sobreposta a essas unidades, em discordância angular, encontram-se os carbonatos e siliciclásticos da Formação Estiva, de idade cenomaniana-santoniana, que definem o início do estágio drifte transgressivo. Alternativamente, a seqüência rifte é capeada em discordância pelas rochas siliciclásticas da Formação Algodoais (atribuída ao Paleógeno), parte de uma seqüência superior regressiva. No continente, o registro mais jovem da seqüência regressiva inclui a Formação Barreiras e coberturas quaternárias. Pelo menos três eventos deformacionais foram reconhecidos na SBPE. O evento mais antigo, e que define o arcabouço da bacia, está relacionado ao estágio rifte, controlado por distensão NW. Este evento compreende falhas normais de alto e baixo ângulos com direção NE, e falhas de transferência NW. Esse estilo é mapeado na porção offshore da bacia por meio de dados gravimétricos e sísmicos, que permitem delinear sistemas de meio-grábens separados por um grande alto tectônico paralelo à costa. Além dos sistemas de leques aluviais da Formação Cabo, que acompanham as falhas de borda, o alojamento dos corpos ígneos da Suíte Ipojuca também foi controlado por este evento, o que indica que a atividade tectônica sin-rifte se estendeu até o Mesoalbiano. Os dois eventos mais recentes atingem as unidades do estágio drifte; o mais jovem afeta a Formação Barreiras.

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Publicado

2005-11-01

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

ALMEIDA, Camilla Bezerra de. Tectônica e relações estratigráficas na Sub-bacia de Pernambuco, NE do Brasil: contribuição ao conhecimento do Rifte Sul-Atlântico. Boletim de Geociências da Petrobras, Rio de Janeiro, v. 13, n. 2, p. 167–180, 2005. Disponível em: https://bgp.petrobras.com.br/bgp/article/view/134. Acesso em: 19 set. 2024.