O sistema de riftes de Jequitinhonha-Almada-Camamu: uma abordagem sobre a evolução do rifteamento na margem nordeste do Brasil

Autores

  • Talles Souza Ferreira Petrobras

Palavras-chave:

Bacia de Camamu, Bacia de Almada, Bacia de Jequitinhonha, rifteamento marinho albiano

Resumo

As bacias de Camamu, Almada e Jequitinhonha estão localizadas na porção norte da margem leste brasileira, onde juntas formaram o braço sul do sistema de riftes do Recôncavo-Tucano-Jatobá (RTJ) durante o intervalo Neocominano-Barremiano. No Aptiano, o rifte RTJ foi abortado, enquanto o o    sistema de riftes Jequitinhonha-Almada-Camamu (JAC) continuava em propagação para leste, conectando-se ao sistema de riftes de Sergipe-Alagoas. Devido a este papel-chave de ligação durante a formação da margem rifteada do Nordeste brasileiro, o sistema de riftes JAC teve um papel importante, registrando completamente a história tectônica desde os primórdios do rifteamento, quando ainda ligado ao rifte RTJ, passando pelo desenvolvimento da margem rifteada durante o Aptiano-Eoalbiano, até a formação da crosta oceânica e consequente quebra do Gondwana durante o   intervalo Albiano-Cenomaniano. O sistema de riftes JAC desenvolveu-se sob controle do embasamento, principalmente por zonas de cisalhamento do Cráton São Francisco e Faixa Araçuaí. Em geral, as charneiras do rifte seguem a trama do embasamento, orientada aproximadamente N-S nas bacias de Jequitinhonha e Almada, enquanto na Bacia de Camamu inflete para NE-SW. Zonas de transferências ancoradas em lineamentos transversais ao sistema de riftes JAC compartimentam depocentros e bacias. A estratigrafia ao longo do sistema JAC é similar, contrastando basicamente na distribuição e espessura sedimentar das seções relacionadas a diferentes pulsos de rifteamento. Durante o Eoaptiano, o sistema de riftes JAC rompe sua ligação embrionária com o rifte RTJ, o qual é abortado, e se propaga para leste através da formação de grabens isolados. No Mesoaptiano, a arquitetura do rifte foi totalmente modificada, preservando charneiras ativas basicamente na Bacia de Camamu, enquanto em outras áreas o progressivo declínio da atividade das falhas na sedimentação marca o início da fase de subsidência termal. Durante o Neoaptiano, esta fase afeta toda a porção proximal, enquanto na parte distal da margem o rifteamento continuava até o Eoalbiano. O rifteamento Eoalbiano ocorreu associado a pulsos magmáticos, ao mesmo tempo em que charneiras e depocentros antigos foram reativados e soerguidos. Durante o intervalo Cenomaniano-Turoniano, a atividade tectônica na margem rifteada de JAC cessou. No contexto da margem nordeste brasileira, o rifteamento Eoalbiano do segmento JAC desenvolveu-se ao mesmo tempo em que intenso magmatismo alcalino ocorria na atual porção de águas profundas da Bacia de Sergipe-Alagoas, relacionado ao vulcanismo aflorante na Bacia de Pernambuco-Paraíba.

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Publicado

2015-12-01

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Artigos

Como Citar

FERREIRA, Talles. O sistema de riftes de Jequitinhonha-Almada-Camamu: uma abordagem sobre a evolução do rifteamento na margem nordeste do Brasil. Boletim de Geociências da Petrobras, Rio de Janeiro, v. 23, n. 1-2, 2015. Disponível em: https://bgp.petrobras.com.br/bgp/article/view/14. Acesso em: 21 nov. 2024.