Análise estratigráfica de bacias rifte: aplicação de conceitos genéticos nas bacias de Camamu-Almada e Jequitinhonha

Resumo

A sucessão estratigráfica da fase rifte das bacias de Camamu-Almada e Jequitinhonha foi analisada a partir de um conjunto de 73 poços e 832 linhas sísmicas 2D. Com base em uma revisão conceitual da Estratigrafia de Seqüências, tratada como uma ferramenta para a análise estratigráfica genética, foram reconhecidas cinco seqüências deposicionais de 2ª ordem para ambas as bacias: seqüência paleozóica basal (SEQ-Plz), formada por arenitos e pelitos da Formação Afligidos; seqüência A (SEQ-A), que compreende as formações Aliança, Sergi e Itaípe, e juntamente com a SEQ-Plz formam a seção pré-rifte; seqüência B (SEQ-B), que compreende quatro seqüências deposicionais de 3ª ordem (B1 a B4), contendo as formações Morro do Barro, Rio de Contas e aipus-Mirim e tratando-se da unidade sin-rifte; seqüência C (SEQ-C), formada pelas formações Algodões (em Camamu-Almada) e São Mateus e Regência (em Jequitinhonha), retratando o início da fase pós-rifte na forma de uma plataforma areno-carbonática; e, por fim a seqüência D (SEQ-D), que compreende as formações Urucutuca, Caravelas, Rio Doce e Barreiras, formando a sucessão franca da margem passiva. As discordâncias regionais que delimitam a fase rifte estão localizadas na base da SEQ-B1 e no topo da SEQ-B4, e compreendem um intervalo de tempo de 30 Ma. Utilizando os conceitos de tratos de sistemas tectônicos, foi caracterizada como um trato de sistemas tectônico de início do rifte a SEQ-B1, o trato de sistemas tectônico de clímax do rifte a SEQ-B2 e B3 e, por fim, o trato de sistemas tectônico de preenchimento do rifte caracterizado pela SEQ-B4. O enfoque da análise estratigráfica em um contexto genético forneceu um importante avanço no conhecimento da evolução geológica das bacias de Camamu-Almada e Jequitinhonha, pois auxiliou na caracterização dos sistemas petrolíferos e predição de rochas geradoras e reservatórios.