Exploração na Petrobras: 50 anos de sucesso

Autores

  • Paulo Manuel Mendes de Mendonça Petrobras
  • Adali Ricardo Spadini
  • Edison José Milani

Palavras-chave:

história da exploração, bacias brasileiras, descobertas petrolíferas, tecnologia

Resumo

Ao completar cinco décadas de atuação, a exploração de petróleo desenvolvida pela Petrobras nas bacias sedimentares brasileiras apresenta uma história de inegável sucesso. Coube à Petrobras, criada pela Lei 2004 de 3 de outubro de 1953, a tarefa de fornecer ao Brasil o combustível necessário que alimentaria um nascente parque industrial no pós-guerra, consolidando assim a importância do petróleo como base para o desenvolvimento nacional. O Conselho Nacional do Petróleo - CNP legou à Petrobras, além de um acervo de importantes descobertas no Recôncavo Baiano, uma base conceitual de gestão para a implantação de uma estrutura de exploração que permitiu, de forma organizada, avaliar o potencial petrolífero das bacias sedimentares brasileiras. Entre os fundamentos deixados pelo CNP estava uma preocupação permanente com o treinamento de seus técnicos, doutrina que permeou de forma plena a estrutura da Exploração na Petrobras durante toda sua história de atuação. Em busca de resultados de curto prazo que atendessem ao anseio inerente à sua criação, a Petrobras teve seus caminhos conduzidos inicialmente por Walter Link, que compôs aqui uma estrutura exploratória fundamentada numa equipe de técnicos norte-americanos. A visão de Link centrou-se nas grandes bacias paleozóicas brasileiras, onde estariam as acumulações que dariam ao País sua independência em petróleo. Com poucos resultados a comemorar, o “Relatório Link”, apresentado em 1960, considerava que as bacias brasileiras não tinham o potencial inicialmente imaginado. Com Pedro de Moura, em 1961, coube aos técnicos brasileiros definir os novos caminhos da exploração de petróleo no Brasil. A Petrobras redireciona seus investimentos para a Bacia de Sergipe-Alagoas e tem seu esforço coroado pela descoberta de Carmópolis já em 1963, um dos maiores campos de petróleo do País, com mais de 1 bilhão de barris de petróleo in place. Em 1968 a Petrobras inicia sua caminhada em direção à plataforma continental com a perfuração do 1-ESS-1. Ainda nesse ano, no segundo poço, é descoberto o Campo de Guaricema, na Plataforma Continental de Sergipe. Mas foi em 1974 que se deu a primeira grande descoberta de petróleo na plataforma continental brasileira, que foi o Campo de Garoupa, em carbonatos albianos da Bacia de Campos. Uma série de descobertas no final da década de 70 e início da década de 80, principalmente na Bacia de Campos, incluindo agora também os reservatórios turbidíticos, abriram uma ampla perspectiva para a produção de petróleo no Bra-sil, que no final de 1984 chegaria aos 500 000 bbl/dia. Nesse mesmo período, coroando os esforços de muitas gerações, é finalmente feita a primeira descoberta significativa na Amazônia, o Campo de Juruá, uma acumulação de gás que iria inserir as bacias paleozóicas, sempre tão questionadas, no rol das bacias portadoras de reservas de petróleo no País. Em meados dos anos 80 ocorrem as primeiras descobertas de petróleo em águas profundas da Bacia de Campos, entre elas o campo gigante de Marlim, com reservas de 2,7 bilhões de barris. Estava iniciada uma etapa que, pelos desafios enfrentados e conquistas obtidas, colocaria a Petrobras numa posição de destaque junto às grandes empresas de petróleo do mundo. Em 1997, com a Nova Lei do Petróleo, a Petrobras deixa de atuar com exclusividade no segmento de exploração, uma condição até então garantida pelo monopólio da União, e passa a operar em regime de concessões. Nesse período mais recente são feitas as primeiras grandes descobertas na porção norte da Bacia de Campos, no Estado do Espírito Santo, onde são incorporadas reservas de mais de 2 bilhões de barris. É descoberta também a primeira importante acumulação de óleo na porção marítima da Bacia do Espírito Santo, 35 anos após a primeira perfuração marítima no Brasil. A recente descoberta de grandes reservas de gás na Bacia de Santos coroa essa história de atividades, recompensando o denodo e empenho de várias gerações que lutaram, inicialmente para a criação da Companhia, e que hoje se empenham no dia-a-dia para mantê-la sempre como o ícone representativo do sucesso e capacidade de trabalho do povo brasileiro. As reservas nacionais, que no ano de criação da Empresa eram de 15 milhões de barris atingiam, ao final de 2003, a expressiva marca de 12,6 bilhões de barris de óleo-equivalente.

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Publicado

2004-05-01

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

MENDONÇA, Paulo Manuel Mendes de; SPADINI , Adali Ricardo; MILANI, Edison José. Exploração na Petrobras: 50 anos de sucesso. Boletim de Geociências da Petrobras, Rio de Janeiro, v. 12, n. 1, p. 9–58, 2004. Disponível em: https://bgp.petrobras.com.br/bgp/article/view/172. Acesso em: 19 set. 2024.