Histórico do estudo de dinoflagelados fósseis no Brasil: sua relação com a evolução da exploração petrolífera no Cretáceo das bacias da margem continental
Palavras-chave:
Cretáceo, Brasil, dinoflagelados, PalinologiaResumo
A Palinoestratigrafia – Palinologia a serviço da Bioestratigrafia – no Cretáceo brasileiro tem sido baseada principalmente em palinomorfos terrestres (sobretudo esporos e grãos de pólen), pelo fato de que, nos primórdios da exploração de petróleo brasileiro, o centro de atenção era o Recôncavo Baiano, de natureza não-marinha. Nos anos 60, a Petrobras iniciou a exploração da plataforma continental (offshore), mas o espaço para a Palinoestratigrafia não se criou imediatamente, pois havia a crença de que, nas seções marinhas, forami-níferos e nanofósseis calcários seriam ferramentas mais eficientes. Todo esse quadro veio a sofrer mudanças nos anos 70, com a descoberta de petróleo na Bacia de Campos, onde a primeira unidade litoestratigráfica a ser reconhecida como portadora de petróleo foi a Formação Macaé, depositada em plataforma carboná-tica. Esse ambiente deve ter oferecido condições hostis para a proliferação de foraminíferos e organismos produtores de nanofósseis calcários que, por conseqüência, não têm sido capazes de oferecer mais do que duas ou três unidades bioestratigráficas dentro dessa unidade. Além disso, não tardou a se perceber que o arcabouço palinoestratigráfico tradicional, com base sobretudo em palinomorfos terrestres, era também pouco útil para a exploração da Formação Macaé. A primeira contribuição significativa à Palinologia marinha cretácea do Brasil foi lançada em 1976 pelo geólogo Namio Uesugui, que adotou três espécies de dinoflagelados e uma de acritarco para subdividir a Formação Macaé. Desde o final da década de 1980, a Petrobras vem experimentando grandes progressos na Palinoestratigrafia marinha, com base principalmente em dinoflagelados. Atualmente, o banco de dados micropaleontológico da Companhia comporta centenas de dinoflagelados-guias que passaram a ser utilizados na maioria das bacias da margem continental brasileira, contribuindo para a melhora da resolução cronoestratigráfica.
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