Ocorrência de microbialitos na Formação Codó, Bacia do Parnaíba, Brasil
Resumo
A Formação Codó, localizada na Bacia do Parnaíba, Nordeste do Brasil, apresenta uma sequência estratigráfica de carbonatos microbiais única, bem preservada, depositada em um ambiente lacustre associado à ruptura e à separação dos continentes sul-americano e africano. O sistema de deposição de microbialitos está associado a ambientes de baixa energia, subaquáticos, hipersalinos,ocasionalmente expostos a condições meteóricas e/ou capilares. Com base em análises macroscópicas e microscópicas, quatro microbiofácies foram descritas– estromatólito, laminado, esferulito e carbonato maciço –, que estão relacionadas às mudanças na paleoprofundidade do lago. Paleotemperaturas obtidas pela análise de grupos de isótopos (clumped isotopes) indicam média de 37,5°C como temperatura de precipitação dos carbonatos. Os valores de d18O do carbonato (-6,8ppm a -1,5ppm ViennaPee Dee Belemnite - VPDB) implicam precipitação a partir de água com valores calculados de d18O entre-1,6ppm e 1,8ppm Vienna Standard Mean Ocean Water (VSMOW), refletindo possível precipitação a partir de águas meteóricas modificadas, enquanto os valores de d13C em carbonato (-15,5ppm para -7,2ppm VPDB) indicam uma entrada significativa de carbono derivado de respiração aeróbia ou anaeróbia da matéria orgânica, sugerindo precipitação em um corpo de água semifechado ou isolado. Essas informações permitem interpretar a evolução da Formação Codó em um paleoambiente lacustre fechado com a alternância de episódios de contração e expansão dos níveis do lago. Nossa interpretação confirma estudos anteriores, os quais afirmam que a Formação Codó foi depositada sob condições quentes e áridas com alta taxa de evaporação.
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