Magmatismo e sedimentação em uma área na Plataforma Continental de Cabo Frio, Rio de Janeiro,Brasil, no intervalo Cretáceo Superior - Terciário

Resumo

A Plataforma Continental de Cabo Frio apresenta particularidades em sua evolução tectono-sedimentar se comparada às demais áreas das bacias de Santos e de Campos. Entre tais particularidades pode-se citar a presença conspícua de falhas antitéticas no embasamento e nas seções sedimentares sin-rifte e pós-rifte, além de eventos magmáticos marcantes no Cretáceo Superior e no Terciário Inferior, cujo ápice ocorreu na porção inferior do Eoceno Médio. A descrição desses eventos magmáticos, bem como de sua influência na sedimentação pós-rifte constitui, aqui, o principal objetivo.
A integração de dados sísmicos, petrográficos e de perfis de poços permite determinar uma série de características diagnósticas para os eventos magmáticos, o que possibilita a distinção entre rochas extrusivas e intrusivas e suas intercalações com seqüências sedimentares epiclásticas. 
Os edifícios vulcânicos têm seu formato cônico bem preservado quando foram formados em ambientes totalmente submarinos. Nos casos em que sofreram exposição subaérea, foram erodidos e apresentam formato irregular. Essa observação permite estimar a paleobatimetria do ambiente de formação desses edifícios. Na área de estudo, a integração dos dados analisados indica a preponderância dos eventos extrusivos sobre os intrusivos.
O padrão de sedimentação da área é similar ao do restante da Bacia de Campos. As seqüências sedimentares sobrepostas à seção vulcano-sedimentar não estão diretamente relacionadas aos pulsos de magmatismo. Entretanto, tal seção foi responsável pela criação de um relevo positivo no fundo do mar da época, o qual exerceu controle paleogeomórfico na deposição de turbiditos.