Interpretação geológica e geofísica da Bacia do Espírito Santo e da região de Abrolhos: petrografia, datação radiométrica e visualização sísmica das rochas vulcânicas
Palavras-chave:
Complexo Vulcânico de Abrolhos, geologia das ilhas de Abrolhos, Bacia do Espírito Santo, petrografia e datação radiométrica, rochas vulcânicas da margem leste brasileiraResumo
Trabalhos geológicos e geofísicos, que incluíram o detalhamento das feições estruturais, magmáticas e sedimentares aflorantes no Arquipélago de Abrolhos (plataforma continental das bacias do Espírito Santo e Mucuri), e caracterização petrográfica e geocronológica das rochas ígneas que ocorrem na Ilha de Santa Bárbara, identificaram uma seqüência de rochas ígneas (basaltos, diabásios, brechas etc) e sedimentares (arenitos grosseiros e conglomerados em canais,arenitos com estratificação concordante e localmente discordante com as rochas vulcânicas, siltitos, folhelhos etc) que foram soerguidas após a deposição original entre o Neocretáceo e o Paleogeno. As datações geocronológicas, utilizando-se o método Ar-Ar, sugerem um intervalo de magmatismo entre 40 e 60 Ma. Os trabalhos de campo sugerem que os afloramentos nas ilhas se constituem em exemplo ímpar da sedimentação turbidítica do Terciário Inferior na margem continental brasileira. Foram descritas espessas camadas de arenitos maciços, de geometria externa lobada, que se sobrepõem aos ritmitos, principalmente na porção leste da Ilha de Santa Bárbara, constituindo-se em prováveis depósitos de fluxos densos (hiperpicnais) depositados em ambiente de plataforma média a batial superior. A interpretação tectônica e sismoestratigráfica sugere um evento compressional, provavelmente associado à tectônica de sal, afetando as camadas sedimentares e criando discordâncias angulares que atingem até o Neogeno.