Bioestratigrafia do Neopaleozóico da Bacia do Paraná
Resumo
A análise de amostras de superfície e de 31 poços exploratórios da Petrobras na Bacia do Paraná, desde Mato Grosso e Goiás até o Rio Grande do Sul, revelou na seção neopaleozóica a presença de grande número de esporos dispersos das turmas Saccites, Monoletes e Monocolpates, além de representantes de Tasmanales. Do grande número de formas identificadas, selecionou-se 40 espécies – caracterizadas pela sua larga distribuição geográfica aliada à amplitude vertical restrita – como base para o estabelecimento da coluna bioestratigráfica do Gondwana nesta bacia sedimentar. Dividiu-se esta coluna em seis intervalos principais, designados pelas letras G até L, alguns ainda divididos em subintervalos. A comparação das espécies com formas descritas de outras regiões forneceu dados geocronológicos suficientes para determinar a idade dos diversos intervalos, demonstrando que a sequência sedimentar do Neopaleozóico da Bacia do Paraná se estende desde o Carbonífero Superior (Stefaniano C) até o Permiano Superior (Kazaniano). Para completação dos dados, incluiu-se também o já anteriormente estabelecido zoneamento da seção devoniana nesta bacia sedimentar, obtido pelos estudos de Chitinozoa (Lange, 1967) e esporomorfos (Daemon, Quadros e Silva, 1967). A correlação dos intervalos bioestratigráficos através da bacia e suas relações com as unidades litoestratigráficas encontram-se demonstradas em diversas seções. A interpretação dessas seções e dos mapas de isópacas dos intervalos forneceu importantes subsídios para a reconstituição do desenvolvimento paleogeográfíco desta bacia sedimentar; destacam-se entre estas contribuições as evidências sobre o início da sedimentação permo-carbonífera na depressão regional do norte, sobre o subseqüente basculamento da bacia para o sul acompanhado de progressivo avanço dos depósitos em direção ao escudo riograndense, e sobre a existência de uma discordância, representada por lacuna no Permiano Inferior no leste do Paraná, indicativa do início do processo epirogenético que culminou com o levantamento do arco de Ponta Grossa. São ainda apresentadas considerações de ordem paleoecológica, concluindo o trabalho pela discussão sistemática dos esporomorfos acompanhada de ilustrações das espécies descritas.
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