Fácies eólica na Formação Barra de Itiúba - exemplo de potencial reservatório profundo

Autores

  • Gustavo de Carvalho Pinho Petrobras
  • Manoel Nabuco Chaves Costa Petrobras

Resumo

A Formação Barra de Itiúba é reconhecida como unidade geradora e reservatório de hidrocarbonetos e gás na Bacia de Sergipe-Alagoas. No Baixo Regional de Alagoas, apresenta-se como espesso pacote constituído por intercalações de arenito e folhelho de origem deltaica. Em testemunho do poço 1-MAS-1-AL foi reconhecida litofácies eólica de composição subarcosiana no intervalo de -4351,5 a -4369,5 m, portador de água. A lilofácies eólica encontra-se associada à litofácies de canal, provavelmente de distributário deltaico, apresentando respectivamente valores médios de porosidade de 11,5 e 8,2%, e valores médios de permeabilidade de 13,2 e 4,8mD. Aspectos texturais da fácies eólica parecem ter favorecido o desenvolvimento de porosidades e permeabilidades ligeiramente mais altas do que aquelas identificadas na fácies de canal. A porosidade principal e secundária, resultante da corrosão de grãos do arcabouço, da dissolução de grãos feldspáticos e localmente de cimento carbonático. A porosidade, tanto primária quanto secundária, foi conservada em função da relativa estabilidade composicional e mecânica do arcabouço, rica em quartzo. Os feldspatos contribuíram de forma particular para o desenvolvimento do espaço poroso, suportando a compactação numa fase inicial da diagênese e mantendo abertos os caminhos para a circulação de fluidos. Posteriormente. sob dissolução parcial, liberaram espaço poroso a expensas do arcabouço. A importância deste estudo resulta da caracterização da litofácies eólica na Fonação Barra de Itiúba e da porosidade apresentada a mais de 4 000 m de profundidade, representando uma nova fronteira exploratória a ser pesquisada na Bacia de Sergipe-Alagoas.

Publicado

1990-12-01

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

PINHO, Gustavo de Carvalho; COSTA, Manoel Nabuco Chaves. Fácies eólica na Formação Barra de Itiúba - exemplo de potencial reservatório profundo. Boletim de Geociências da Petrobras, Rio de Janeiro, v. 4, n. 4, p. 489–507, 1990. Disponível em: https://bgp.petrobras.com.br/bgp/article/view/426. Acesso em: 19 set. 2024.