Evaporitos do cretáceo da Bacia do Araripe : ambientes de deposição e história diagenética
Resumo
Os evaporitos do Cretáceo Inferior da Bacia do Araripe são formados, basicamente, por variedades de gipsita e anidrita e ocorrem como uma camada de cerca de 30 metros de espessura. A camada evaporítica representa o final de uma seqüência sedimentar que se iniciou com a deposição, em ambiente lacustrino, de folhelhos negros e calcários laminados, passando lateralmente para calcários e folhelhos ricos em algas (estromatólitos). Esta seqüência foi truncada por uma discordância regional que ocasionou a dissolução e a formação de cavernas e depressões nos depósitos evaporíticos e a formação local de uma topografia kárstica ou de uma camada de calcrete, principalmente na região nordeste da bacia. A análise petrográfica de rochas coletadas no campo e de testemunhos permitiu a identificação de fácies evaporíticas primárias e a distinção destas fácies de uma fase diagenética posterior. Isto possibilitou a reconstrução dos paleoambientes deposicionais da fase evaporítica da bacia. Assim sendo, têm-se, como fácies primárias, cristais de gipsita colunares, pseudomorfos de gipsita lenticular, anidrita laminar e nódulos de anidrita. Esta associação representa a deposição de evaporitos em ambiente subaquoso do tipo salinas em profundidades inferiores a 5 metros, associado a uma fácies subaérea na qual o mineral evaporítico se desenvolveu dentro de um sedimento-matriz, como observado em ambientes de sabkha. A história tectônica da bacia causou uma série de mudanças diagenéticas entre gipsita e anidrita. Como fácies secundária ou diagenética, observou-se gipsita alabastrina, gipsita porfiroblástica, gipsita nodular e espato cetinado.
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