Pressões anormais no Campo de Miranga Profundo

Autores

  • Georges Salim Khouri Petrobras

Palavras-chave:

Campo de Miranga Profundo, Formação Martim

Resumo

O Campo de Miranga Profundo está situado na parte centro-oeste da Bacia do Recôncavo. Trata-se de um campo produtor de óleo e gás sendo que, deste último, se constitui hoje um dos mais promissores em bacias terrestres no Brasil, com um volume de gás in place de 15 bilhões de m3.  Os reservatórios produtores deste campo são turbiditos de grande espessura vertical, pertencentes às Camadas Caruaçu da Formação Martim, aos sedimentos arenosos do Membro Pitanga da Formação Candeias, e aos supostos leques rasos pertencentes ao Membro Catu Inferior, também da Formação Marfim. As pressões originais destes reservatórios são, na maioria dos casos, anormalmente baixas com diferencial de pressão em relação ao gradiente hidrostático normal (água doce), entre 24 e 35 Kgf/cm2. Reservatórios com pressões normais e anormalmente altas são raramente encontrados. O gradiente médio da pressão dos reservatórios neste campo é de 0,0823 Kgf/cm2/m. Mapas de isopressão revelaram uma região onde as subpressões são mais acentuadas, denominadas "eixo de menor pressão", cuja orientação tem correspondência com a do principal sistema de falhas do campo. Acredita-se que a origem das pressões anormais no Campo de Miranga Profundo estaria relacionada principalmente à perda de fluidos através dos falhamentos que se instalaram na área, e pelas regiões mecanicamente afetadas pela ascensão de diápiros de folhelho que se posicionaram ao redor de toda área deposicional. Este mecanismo, provavelmente, atuou também durante a geração e migração de hidrocarbonetos. Supõe-se que a taxa de "escape de fluido" foi maior do que a taxa de geração de hidrocarbonetos, concorrendo assim para uma subpressão. Os mapas de isopressão podem auxiliar melhor o dimensionamento da lama de perfuração de poços futuros, evitando dano de formação causado pelo excessivo peso da lama de perfuração. O desconhecimento das variações das pressões anormais levou ao uso de pesos de lama inadequados nas operações de perfuração, que em alguns casos atingiram diferenciais de pressão de 100 Kgf/cm2 em relação à pressão da formação.

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Publicado

1990-06-01

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

KHOURI, Georges Salim. Pressões anormais no Campo de Miranga Profundo. Boletim de Geociências da Petrobras, Rio de Janeiro, v. 4, n. 2, p. 189–204, 1990. Disponível em: https://bgp.petrobras.com.br/bgp/article/view/609. Acesso em: 20 set. 2024.