Origem e evolução das rochas mantélicas da Cadeia Peridotítica de São Pedro e São Paulo, Oceano Atlântico Equatorial

Autores

  • Susanna Eleonora Sichel Universidade Federal Fluminense
  • Akihisa Motoki Universidade do Estado do Rio de Janeiro
  • Thomas Ferreira da Costa Campos Universidade Federal do Rio Grande do Norte
  • Jennifer Angel-Amaya GMAS Soluciones Geocientíficas
  • Thais Cristina Vargas Garrido Universidade do Estado do Rio de Janeiro
  • Marcia Maia Universitaire de Bretagne Occidentale
  • Mark David Kurz Massachusetts Institute of Technology
  • Mauro Satake Koga Cepemar
  • José Antonio Baptista Neto Universidade Federal Fluminense
  • Kenji Freire Motoki Universidade Federal Fluminense
  • Marcus Aguiar Gorini Universidade Federal Fluminense
  • Peter Szatmari Petrobras

Palavras-chave:

Arquipélago de São Pedro e São Paulo , Oceano Atlântico Equatorial , falha transformante , exumação do manto , geoquímica

Resumo

Este trabalho apresenta os resultados de estudos petrológicos, geoquímicos e tectônicos do Arquipélago de São Pedro e São Paulo e áreas adjacentes no Oceano Atlântico Equatorial. O arquipélago corresponde ao ponto culminante de uma elevação morfológica denominada de Cadeia Peridotítica de São Pedro e São Paulo. Esta cadeia é constituída por rochas ultramáficas do manto abissal, localizado na interseção da falha transformante de São Paulo com a cordilheira meso-oceânica. A Cadeia de São Pedro e São Paulo é dividida em duas elevações: a elevação sul, composta por peridotitos granulares não deformados e fortemente serpentinizados e a elevação norte, que inclui o arquipélago e é formada por peridotitos intensamente milonitizados e pouco serpentinizados. Ambos os tipos de peridotitos, milonitizados e não deformados, são enriquecidos em U, Th, Ba, elementos terras raras leves e gases nobres, principalmente o He. Este enriquecimento deve-se aos processos de milonitização de um manto previamente afetado por metassomatismo na elevação norte. Os peridotitos não deformados da elevação sul são fraturados, facilitando a introdução de elementos incompatíveis e radiogênicos como Rb e U durante a infiltração da água do mar no processo de serpentinização. A razão isotópica de Os sugere um manto com idades modelo de 0,32 Ga a 1,1 Ga. A variação nos conteúdos de Re, Os e Pt pode ser explicada por meio dos fluidos metassomáticos, possivelmente originados de uma zona de subducção pretérita. Esta cadeia peridotítica foi submetida a um intenso tectonismo, com taxa de soerguimento de 1,5mm/ano nos últimos 6.000 anos. Mecanismos focais de terremotos apontam compressão norte-sul. Esse esforço é causado pela direção oblíqua entre a falha transformante de São Paulo e o movimento transcorrente da Placa Sul- Americana em relação à Africana. O Oceano Atlântico Equatorial é considerado uma região mantélica de baixa temperatura (cold-spot). A elevação sul da cadeia representa um megamullion, que foi soerguida anomalamente pela compressão norte-sul. A elevação norte pode ter sido originada por uma falha transformante e, posteriormente, deformada por tectonismo ainda ativo. Essa parece ser a força responsável pelo soerguimento desta elevação norte, desde a profundidade do manto subcrustal até o atual nível do mar

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Publicado

2012-11-01

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

SICHEL , Susanna Eleonora et al. Origem e evolução das rochas mantélicas da Cadeia Peridotítica de São Pedro e São Paulo, Oceano Atlântico Equatorial. Boletim de Geociências da Petrobras, Rio de Janeiro, v. 20, n. 1-2, p. 97–128, 2012. Disponível em: https://bgp.petrobras.com.br/bgp/article/view/67. Acesso em: 19 set. 2024.