Aplicação da faciologia orgânica no modelo sedimentológico-estratigráfico do Oligo-Mioceno e Mioceno da Bacia de Campos
Palavras-chave:
Bacia de Campos, Oligo-Mioceno, palinofácies, estratigrafia, sedimentologiaResumo
Este trabalho apresenta a integração da análise de palinofácies com o modelo estratigráfico e sedi-mentológico dos depósitos siliciclásticos do intervalo estratigráfico da plataforma rasa até o talude/bacia do Oligo-Mioceno/Mioceno da Bacia de Campos. O principal objetivo da palinofácies foi caracterizar a matéria orgânica sedimentar particulada de 158 amostras de testemunhos coletadas em 29 poços de nove campos produtores (Albacora, Barracuda, Marlim Sul, Marlim, Voador, Marlim Leste, Moréia e Albacora Leste). Essa técnica fornece informações sobre a relação proximal-distal e as condições paleo-ambientais de deposição e preservação de matéria orgânica sedimentar, permitindo avaliar e comparar as associações de componentes orgânicos particulados. Assim, a técnica palinofácies pode ser usada como mais uma ferramenta na caracterização de sistemas deposicionais, com base na distribuição espacial e temporal dos intervalos sedimentares. No geral, as associações palinofaciológicas mostraram o predomínio do Grupo Fitoclasto (matéria orgânica terrestre) em vários estágios de degradação em função do processo de preservação seletiva diagnosticado nas amostras estudadas. Algumas amostras apresentaram elevados percentuais de dinocistos indicativos de condições deposicionais de caráter transgressivo. De acordo com os dados obtidos, foi possível caracterizar as sequências estratigráficas de acordo com a distribuição do conteúdo orgânico particulado (e.g. influência de sistemas flúvio-deltaicos, regime de oxigênio, tendências regressiva-transgressiva de cada sequência). Análises adicionais de Carbono Orgânico Total (COT% em peso) mostraram o controle dos componentes particulados do Grupo Fitoclasto no conteúdo de COT (% em peso), sugerindo que a curva de variação do nível relativo do mar pode ser traçada inversamente à curva de variação dos teores de COT ao longo das sequências, uma vez que a progradação siliciclástica tem sempre uma correlação positiva com a abundância absoluta de matéria orgânica terrestre.
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