Análise multivariada em nanofósseis calcários e isótopos estáveis (δ18O e δ13C) do Campaniano superior - Maastrichtiano inferior na Bacia de Campos

Autores

  • Luiz Carlos Veiga de Oliveira Petrobras

Palavras-chave:

nanofósseis, Bacia de Campos, análise multivariada, isótopos estáveis, Campaniano – Maastrichtiano

Resumo

Análises qualitativas em nanofósseis são ferra[1]mentas eficientes para estudos bioestratigráficos que objetivam, principalmente, a identificação de biozonas e determinação de idade relativa. Mas para inferências paleoceanográficas e bioestratigrafia de alta resolução é necessário utilizarem-se análises quantitativas. Com o objetivo de testar novas metodologias de quantificação e ferramentas de correlação não tradicionais, análise multivariada foi aplicada em nanofósseis de um testemunho (18 m) do Campaniano superior - Maastrichtiano inferior da Bacia de Campos, possibilitando o entendimento da interação de diferentes espécies. Também foi utilizada a técnica de regressão múltipla para se determinar o melhor método de contagem. Verificou-se que Watznaueria barnesae e Micula decussata dominam a assembléia fossilífera e possuem comportamentos inversos de abundância, sendo espécies oportunistas em competição pelos nutrientes disponíveis. Análise fatorial modo Q (57 amostras, 19 variáveis) foi aplicada ao mesmo testemunho, revelando que dois fatores explicam 99,2% da variância total da assembléia microfossilífera. O primeiro fator representa 83,6% da variância total e o segundo apenas 15,6%. No primeiro predominam Watznaueria barnesae, Cribrosphaerella ehrenbergii e Stradneria crenulata, representando a população original do nanoplâncton, enquanto que o segundo é dominado por Micula decussata e, provavelmente, representa os efeitos da dissolução na interface água - sedimento. Ambos os fatores foram utilizados para a construção de uma curva de dissolução de nanofósseis - variação relativa do nível do mar. Esta curva, quando combinada com isótopos de oxigênio e carbono, mostra que intensa dissolução ocorreu quando os valores de δ18O, δ13C e COT foram baixos, durante o neocampaniano - eomaastrichtiano. Esta correlação indica uma forte ligação entre subida do nível do mar, altas temperaturas e diminuição do aporte de matéria orgânica continental.

Downloads

Publicado

2005-05-01

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

OLIVEIRA, Luiz Carlos Veiga de. Análise multivariada em nanofósseis calcários e isótopos estáveis (δ18O e δ13C) do Campaniano superior - Maastrichtiano inferior na Bacia de Campos . Boletim de Geociências da Petrobras, Rio de Janeiro, v. 13, n. 1, p. 81–104, 2005. Disponível em: https://bgp.petrobras.com.br/bgp/article/view/205. Acesso em: 19 set. 2024.