A expressão de reativações pós-intrusão do enxame de diques Rio Ceará Mirim (Mesozóico): implicações na evolução tectônica da Bacia Potiguar

Autores

  • Diógenes Custódio de Olivelra Universidade Federal de Ouro Preto
  • Caroline Janette Souza Gomes Universidade Federal de Ouro Preto

Resumo

Nos locais onde o Enxame de Diques Rio Ceará Mirim (EDCM, Nordeste Oriental do Brasil) secciona as zonas de cisalhamento pré- cambrianas, ocorre intensa deformação nos corpos magmáticos. Como a idade (150120 M.a.) e a evolução petro-tectônica desse Enxame são bem conhecidas, foi possível estabelecer as condições físico-químicas das reativações pós-intrusão a que foram submetidas as anisotropias preexistentes do arcabouço pré-cambriano. As feições litoestruturais desenvolvidas durante o processo de reativação dessas anisotropias são, sobretudo, fraturas hibridas, rochas cataclásticas e zonas de gouge. Uma compressão de direção NE-SW foi constatada pela análise dinâmica dos elementos estruturais com feições de movimento. Nas fraturas híbridas, ocorreu o crescimento de minerais como serpentina e calcita. Análises químicas para determinação de elementos maiores foram obtidas a partir de concentrados dos minerais crescidos nas fraturas hibridas. Os resultados e sua interpretação revelaram forte influência de pressão de fluidos durante o crescimento daquelas fases minerais. As rochas cataclásticas são representadas por brechas e ultracataclasitos. A assembléia mineral (cataclasitos e fraturas híbridas) clorita + serpentina + calcita + dolomita + mica branca + opacos foi desenvolvida a partir da alteração, sobretudo, de clinopiroxênio, plagioclásio e matriz, durante o processo de cataclasamento. A partir das informações petrogenéticas destes minerais, foi possivel postular-se o range das condições físico-químicas no processo da catáclase como sendo de 200 - 350°C, 0,5 - 7,0 kbar, o que infere uma profundidade de deformação de até 7,5km. Tal range-se concatene com um metamorfismo de baixo grau, onde os mecanismos de deformação se instalaram sob regime tipicamente "friccionai". As zonas de gouge. por outro lado, representam o último pulso de reativação que as anisotropias sofreram, já em condições de níveis crustais bastante rasos. (Originais recebidos em 16.02.94.)

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Publicado

1996-12-01

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

OLIVELRA, Diógenes Custódio de; GOMES, Caroline Janette Souza. A expressão de reativações pós-intrusão do enxame de diques Rio Ceará Mirim (Mesozóico): implicações na evolução tectônica da Bacia Potiguar. Boletim de Geociências da Petrobras, Rio de Janeiro, v. 10, n. 1-4, p. 121–145, 1996. Disponível em: https://bgp.petrobras.com.br/bgp/article/view/238. Acesso em: 20 set. 2024.