Padrões de sedimentação na passagem da Formação Marfim para a Formação Pojuca (Andar Rio da Serra/andar Aratu) e significado estratigráfico do Marco 15, Cretáceo inferior, Bacia do Recôncavo, Bahia

Autores

  • Luiz Ferradans Mato Petrobras
  • José Maurício Petrobras
  • Mara Regina da Costa Magalhães Petrobras

Resumo

Com o objetivo de se compreender a evolução sedimentar na passagem do Andar Rio da Serra Superior para o Andar Aratu (Cretáceo inferior) na Bacia do Recôncavo, procedeu-se a uma análise regional envolvendo o pacote sedimentar compreendido entre os topos da Formação Marfim e do Marco 15 (base da Formação Pojuca). O enfoque principal é dado à sedimentação dos arenitos Catu e Biriba, os quais comporiam o substrato durante a sedimentação dos calcarenitos ostracoidais do Marco 15. Trata-se de um período de tectonismo mais brando, quando comparado ao Andar Rio da Serra Médio, no qual a bacia teria se comportado como uma rampa, com sedimentação de águas rasas em toda sua extensão. Sobre este substrato, praticamente plano, moldado pela planície deltaica da Formação Marfim, teriam sido depositados os arenitos Biriba, os quais se destacam pela geometria externa lobada, com pinch-out a montante e pelas estruturas sedimentares típicas de sedimentação deltaica. Para estes, é proposto um modelo deposicional fortemente controlado por variações relativas do nível do lago, semelhante aos lowstand wedges definidos para as bacias marinhas. A feição grafoelétrica que caracteriza o Marco 15 é proporcionada pela ocorrência de biocalcarenitos ostracoidais, do tipo suportado por grãos, com carapaças de ostracodes preenchidos por micrita, localmente, neomorfizadas para calcita espática. Estes depósitos resultam do retrabalhamento e transporte de carapaças e valvas previamente depositadas, e são característicos das denominadas zonas de condensação. O posicionamento do marco dentro da Zona de ostracodes Paracypridea obovata obovata (NRT 005), Subzona Paracypridea elegans elegans (NRT 005.2), mantendo-se sempre em posição intermediária entre os topos das subzonas NRT 005.2 e NRT 005.1, confere-lhe o significado cronoestratigráfico.

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Publicado

1992-06-01

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

MATO, Luiz Ferradans; JOSÉ MAURÍCIO; MAGALHÃES, Mara Regina da Costa. Padrões de sedimentação na passagem da Formação Marfim para a Formação Pojuca (Andar Rio da Serra/andar Aratu) e significado estratigráfico do Marco 15, Cretáceo inferior, Bacia do Recôncavo, Bahia . Boletim de Geociências da Petrobras, Rio de Janeiro, v. 6, n. 1-2, p. 59–72, 1992. Disponível em: https://bgp.petrobras.com.br/bgp/article/view/376. Acesso em: 20 set. 2024.