Reservatórios profundos da Formação Pendência no Campo de Pescada, Bacia Potiguar: potencial e fatores controladores da porosidade

Resumo

Os arcósios e subarcósios da Formação Pendência, no Campo de Pescada, são reservatórios de óleo e gás em profundidades superiores a 3 400 m, apresentando valores de até 16% de porosidade e 21 mD de permeabilidade. Os principais fatores controladores da qualidade e da diagênese destes reservatórios foram o sistema deposicional, a composição do arcabouço dos arenitos e a história de soterramento. Os principais Cimentos dos arenitos são clorita, calctia e crescimentos secundários de quartzo e feldspatos. O sistema deposicional controlou a eodiagênese. Nos arenitos grossos fluviais a composição dos fluidos intersticiais foi fortemente influenciada pela presença de águas meteóricas subsaturadas, favorecendo a dissolução de feldspatos e líticos instáveis. Nos arenitos de frente deltaica e ritmitos lacustres, depositados em um ambiente geoquímico relativamente mais estagnado, mais redutor e mais rico em cátions, a precipitação de clorita e calcita foi o processo dominante. A mesodiagênese caracterizou-se principalmente pelo desenvolvimento de crescimentos sintaxiais de quartzo e feldspatos, dissolução/reprecipitação de calcita, precipitação de clorita e fases iniciais de pirita, esfeno e albita. Os reservatórios fluviais apresentam as melhores poriosidades efetivas e permeabilidades. Os reservatórios de frente deltaica são ricos em microporosidade e possuem baixas permeabilidades devido ao alto teor de clorita. Os ritmitos lacustres são fortemente cimentados por calcita. A presença de grande quantidade de clorita nos reservatórios é responsável pela baixa resistividade acusada pelos perfis elétricos, devido às altas microporosidade e saturação de água irredutível. Este fato pode conduzir a uma avaliação errônea dos fluidos saturantes e consequentemente, a uma má definição do contato óleo-água.