Controles tectônicos na estratigrafia da bacia Potiguar : uma integração de modelos geodinâmicos

Autores

  • Ulisses Thibes Mello Petrobras

Resumo

 A evolução termo-mecânica e estratigráfica de bacias sedimentares de origem extensional pode ser simulada se considerarmos: fatores de extensão litosférica (uniforme ou não uniforme), rigidez flexural da litosfera (variando no tempo e no espaço), fluxo térmico lateral ou vertical na litosfera, taxa de erosão, compactação, suprimento de sedimentos, paleobatimetria, e variação do nível do mar. Os fatores de extensão litosférica da Bacia Potiguar foram estimados a partir de modelagens gravimétricas e análise de subsidência de poços exploratórios. A espessura elástica efetiva da litosfera foi determinada pela profundidade da isoterma de 300 °C. A erosão foi assumida como sendo proporcional a altitude da topografia, de tal modo que a taxa de erosão decresce exponencialmente com a denudação topográfica. 
A determinação da subsidência do embasamento foi baseada nos modelos de extensão uniforme de McKenzie (1978) e não uniforme de Royden & Keen (1980). A compactação dos sedimentos foi calculada por balanço de massa dos sedimentos, isto é, a massa dos grãos do arcabouço sedimentar foi assumida como constante durante o soterramento e a espessura da camada é diminuída de acordo com a expulsão da água dos sedimentos, sendo que tal expulsão é controlada pela curva de porosidade-profundidade da bacia. Três curvas de variação eustática do nível do mar foram testadas no modelo integrado - Vail etal. (1977), Watts & Thorne (1984) e Hallam (1984) - devido às suas diferentes magnitudes e formas. A paleobatimetria teve, na forma e na profundidade, a batimetria observada hoje na bacia. A comparação entre a estratigrafia observada e a estratigrafia sintética baseada na integração dos modelos matemáticos de eventos geológicos, permite o reconhecimento e a hierarquização dos fatores que influenciam na evolução da Bacia Potiguar. São eles: (1) disponibilidade de suprimento de sedimentos; (2) subsidência térmica; (3) flutuações eustáticas do nível do mar; (4) isostasia regional flexural; (5) erosão; (6) fluxo lateral de calor. 

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Publicado

1989-12-01

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

MELLO, Ulisses Thibes. Controles tectônicos na estratigrafia da bacia Potiguar : uma integração de modelos geodinâmicos. Boletim de Geociências da Petrobras, Rio de Janeiro, v. 3, n. 4, p. 347–364, 1989. Disponível em: https://bgp.petrobras.com.br/bgp/article/view/450. Acesso em: 20 set. 2024.