Evolução tectônica da Bacia de Santos e áreas continentais adjacentes
Resumo
A Bacia de Santos constitui uma das maior es depressões marginais do embasamento da costa brasileira, alongando-se pelo litoral dos estados de Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro. Sua área continental adjacente é formada por uma série de blocos crustais anastomosantes (Cinturão Ribeira - intensamente remobilizado durante o ciclo Brasiliano), que se mostraram tectonicamente ativos durante a evolução da bacia. A posição da Bacia de Santos em relação ao pólo de abertura induziu particularidades na deposição dos sedimentos durante a fase rift em relação à margem como um todo. Um soerguimento termal, anômalo, da região sudeste do Brasil, anterior à ruptura, seria responsável por modificações na reologia da crosta e manto superior. Estima-se que durante a fase distensiva um grande volume de crosta continental se envolveu no processo de ruptura, favorecendo a implantação da feição marinha conhecida como Platô de São Paulo. Durante a ruptura, planos potenciais de detachments teriam se implantado,
aproveitando as descontinuidades do Cinturão Ribeira. Como consequência, a área continental adjacente à bacia deve ter sido bastante movimentada tectonicamente, com a formação de uma ampla região elevada topograficamente (por efeitos flexurais), podendo-se denominá-la "prato-Serra do Mar". Durante o Meso/Neocretáceo e Terciário, essa região apresentou fortes pulsações tectónicas que resultaram na implantação das bacias de Taubaté, Resende, etc. e acumularam os espessos pacotes sedimentares da Formação Santos na bacia homónima. Inúmeros pulsos turbidíticos nesta bacia também decorrem desses movimentos tectónicos na área continental adjacente.