Gradiente geotérmico das bacias sedimentares brasileiras

Autores

  • Sylvio Geraldo Zembruscki Petrobras
  • Chang Hung Kiang Petrobras

Resumo

Os estudos do gradiente geotérmico em 21 bacias sedimentares brasileiras têm sido executados paulatinamente, utilizando-se dados de temperatura de perfilagens elétricas e de testes de formação em poços perfurados pela PETROBRÁS. Destas, apenas três - Médio Amazonas, Barreirinhas e Parnaíba - tiveram estudos mais completos, integrando fluxo de calor com o respectivo comportamento hidrodinâmico. O gradiente geotérmico das bacias paleozóicas brasileiras é muito variável, e seus valores, comumente, são baixos, menores que 25 ºC/km, principalmente nas regiões onde o fluxo de calor é bastante influenciado pelos movimentos hidrodinâmicos. Nestas bacias as formações aflorantes e falhas são dutos preferenciais para percolação de águas meteóricas mergulho abaixo, influenciando a intensidade da temperatura de acordo com a profundidade alcançada pelos fluidos descendentes. Um exemplo desse sistema é a Bacia do Médio Amazonas. Nas bacias mezosóicas e cenozóicas, localizadas ao longo da margem continental brasileira, os gradientes geotérmicas refletem predominantemente a influência dos valores da condutividade térmica da sequência sedimentar. Nelas, a hidrodinâmica é restrita ao movimento de fluidos devido à compactação e à ação termobárica. As bacias onde há espessas seqüências de carbonatos e/ou evaporitos {Amapá, Pará-Maranhão, Campos e Santos) são caracterizadas por baixos valores de gradiente geotérmico (menores que 23 ºC/km}, e, nas unidades ricas em elásticos finos, os gradientes podem ultrapassar os 35 ºC/km. 

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Publicado

1989-09-01

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

ZEMBRUSCKI, Sylvio Geraldo; KIANG, Chang Hung. Gradiente geotérmico das bacias sedimentares brasileiras. Boletim de Geociências da Petrobras, Rio de Janeiro, v. 3, n. 3, p. 215–227, 1989. Disponível em: https://bgp.petrobras.com.br/bgp/article/view/491. Acesso em: 20 set. 2024.