Estratigrafia, ambiente deposicional e análise de reservatório do grupo Itararé (permocarbonífero), bacia do Paraná (parte 1)
Resumo
Este trabalho é uma análise estratigráfica, ambiental e de reservatórios do Grupo Itararé, usando dados de poços da Bacia do Paraná. Dado a sua extensão, os resultados desta análise serão publicados em duas partes. A primeira trata da análise estratigráfica e ambiente deposicional. A segunda parte, que será publicada oportunamente, tratara da análise de reservatórios. Propõe-se uma nova subdivisão estratigráfica para o Grupo Itararé em subsuperfície. A unidade inferior foi denominada Formação Lagoa Azul, que é subdividida nos membros Cuiabá Paulista e Tarabaí. O Membro Tarabaí contém a Camada Folhelho Roncador. A unidade intermediária proposta é a Formação Campo Mourão, e a unidade superior foi denominada Formação Taciba, que é subdividida nos membros Rio Segredo, Chapéu do Sol e Rio do Sul" Esta nova divisão estratigráfica é necessária porque somente na parte central da bacia a sedimentação é mais continua. Os perfis de poços revelam que o Grupo Itararé tem três ciclos deposicionais , denominados inferior , médio e superior, que correspondem amplamente às três novas formações. Provavelmente ,estes ciclos deposicionais são respostas a mudanças climáticas e no nível do mar. O mapa de isólitas de diamictito (lamito seixoso) do Grupo Itararé demonstra que três grandes lobos de geleiras devem ter penetrado na Bacia do Paraná durante o Permo-Carbonífero. Um lobo veio do leste, aparentemente uma extensão do Lobo de Kaokoveld da África. Dois lobos vieram do oeste e foram denominados Lobo de Santa Catarina e Lobo de Mato Grosso, possivelmente ligados à glaciação no Arco de Assunção.