Estudo preliminar da ocorrência de gás sulfídrico na Bacia Potiguar - Nordeste do Brasil

Autores

  • Luiz Otavio da Cruz de Oliveira Castro Petrobras

Resumo

A perfuração, completação e produção de poços de petróleo em áreas geológicas portadoras de gás sulfídrico é problemática e onerosa, constituindo grande desafio para a indústria petrolífera. Dentre os problemas causados pelo H2S, o alto poder corrosivo nos equipamentos e sua elevada toxicidade são os mais preocupantes. Na Bacia Potiguar, Nordeste do Brasil, esse gás ácido é reconhecido na porção submersa (área de Pescada - teores de até 50 ppm) e na parte emersa (campos de Canto do Amaro, Macau, Fazenda Pocinho/Palmeira, Salina Cristal/Conceição, Estreito/Rio Panon, Monte Alegre e Guamaré - teores de até 6 000 ppm). A análise dos dados disponíveis permitiu interpretar que os processos geradores desse gás são distintos para o Campo de Pescada e os demais campos da bacia que contêm gás sulfídrico. No primeiro, os compostos sulfurosos presentes na matéria orgânica dos folhelhos geradores da Formação Pendência, submetidos à maturação termal (temperatura superior a 170°F) foram, possivelmente, os principais responsáveis pelo H2S associado ao óleo nos reservatórios arenosos dessa unidade estratigráfica. Na parte terrestre, a existência de óleos biodegradados e alterados nos reservatórios arenosos da Formação Açu -
reconhecidamente excelente aqüífero em condições hidrodinâmicas, submetidos à temperatura média de 115°F e com presença de nutrientes orgânicos e inorgânicos, sugere que o H2S foi gerado pela ação de bactérias redutoras de sulfato, após o óleo ter sido acumulado nesses reservatórios.

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Publicado

1995-12-01

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

CASTRO, Luiz Otavio da Cruz de Oliveira. Estudo preliminar da ocorrência de gás sulfídrico na Bacia Potiguar - Nordeste do Brasil. Boletim de Geociências da Petrobras, Rio de Janeiro, v. 9, n. 2-4, p. 265–276, 1995. Disponível em: https://bgp.petrobras.com.br/bgp/article/view/281. Acesso em: 19 set. 2024.