Dolomitização multifásica em rochas metacarbonáticas do Grupo Açungui, Proterozóico do Estado do Paraná, Brasil

Multistage dolomitization in the Açungui Group metacarbonate rocks, Proterozoic of Paraná State, Brazil

Autores

  • Cristina Valle Pinto-Coelho Universidade Federal do Paraná
  • José Manoel dos Reis Neto Universidade Federal do Paraná
  • Nilo Siguehiko Matsuda Petrobras
  • Salla Talvikki Eeva Universidade Federal do Paraná

Palavras-chave:

dolomitização, dolomita em sela, rocha metacarbonática, Grupo Açungui

Resumo

As rochas carbonáticas da Mina Rio Bonito localizada no município de Campo Largo, Estado do Paraná, estão representadas por metamargas, rochas milonitizadas, mármores calcíticos, dolomíticos e brecha dolomítica que se originaram ao longo de episódios de soterramento e metamorfismo. O processo de dolomitização que afetou inicialmente as rochas carbonáticas pode ter se dado em condições de subsuperfície durante o Mesoproterozóico. Essas rochas carbonáticas pretéritas tiveram a matriz substituída em grande parte por dolomita de cristalinidade fina a média, com aspecto turvo (dolomita de substituição denominada Ds), onde estilólitos e fraturas constituíram os condutos principais para a circulação das soluções ricas em magnésio. A brecha dolomítica teria se originado durante o Ciclo Brasiliano (Neoproterozóico) em condições de fraturamento hidráulico originado a partir da devolatilização ocorrida durante o metamorfismo de fácies xisto verde. A dolomitizacão associada a essa fase gerou dolomita microcristalina (tipo Dp1) que se associa a preenchimento de fraturas e vugs. Apresenta-se rica em ferro e teve sua origem a partir de fluido em desequilíbrio químico com o fluido responsável pela dolomitização anterior. No Paleozóico, uma nova fase de dolomitização teria ocorrido, gerando dolomita cristalina do tipo preenchimento (tipo Dp2), em conseqüência da reativação de falhas crustais profundas ou intrusões ígneas (diques de diabásio). Essa dolomita caracteriza-se pela presença da variedade em sela, com indivíduos não-planares, cristalinidade grossa, forte extinção ondulante e ocorre preenchendo fraturas tanto na brecha quanto no mármore dolomítico. Processos superficiais no Paleógeno, relacionados à evolução do relevo, promoveram a percolação de fluidos em baixa temperatura, ocasionando o processo de dedolomitizacão por meio de dissolução da dolomita e posterior preenchimento de cavidades por calcita. O processo de dedolomitização atuou na brecha dolomítica com a precipitação de calcita tardia no preenchimento de cavidades em associação à dolomita da geração Dp2. Quartzo completa a última fase de preenchimento das cavidades.

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Publicado

2008-05-01

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

PINTO-COELHO, Cristina Valle; REIS NETO, José Manoel dos; MATSUDA, Nilo Siguehiko; EEVA, Salla Talvikki. Dolomitização multifásica em rochas metacarbonáticas do Grupo Açungui, Proterozóico do Estado do Paraná, Brasil: Multistage dolomitization in the Açungui Group metacarbonate rocks, Proterozoic of Paraná State, Brazil. Boletim de Geociências da Petrobras, Rio de Janeiro, v. 16, n. 1, p. 103–120, 2008. Disponível em: https://bgp.petrobras.com.br/bgp/article/view/293. Acesso em: 19 set. 2024.